domingo, 8 de julho de 2012

De E. para A.



Esse texto foi escrito em Fevereiro de 2012, para o desafio de Cartas.

Agradecimentos: À Rai, pela valiosa opinião e por ser sempre uma amiga tão importante, te amo muito, sogra. Obrigada.



Dedico essa carta a você, meu querido A, mesmo sabendo que provavelmente você nunca venha a lê-la.


Querido A,

Talvez nesse momento já seja tarde demais para te dizer adeus, ou talvez seja cedo demais, mas preciso seguir minha estrada. Ah, querido, preciso te deixar, mesmo com a incerteza rondando minha mente.

E preciso que também me deixe ir.

Tantas e tantas vezes te envolvi em meus braços num mero cumprimento, e tantas e tantas vezes olhei em seus olhos e menti que tudo estava bem. Ora, sim, menti, pois como poderia estar tudo bem se você não me amava como eu te amo? Sim, te amo, no presente, pois sempre te amarei e você nunca será meramente parte do passado.

Queria apenas que você olhasse em meus olhos e visse toda a verdade por trás da suave superfície azulada.

Talvez seja tarde demais e minha felicidade já tenha se perdido nas linhas do destino que nós traçamos. Ou talvez se eu esperasse mais você conseguisse me amar, mas não consigo mais esperar. E quem sabe um dia não poderemos nos ver novamente? Afinal, existe aquela frase que diz que o que é para ser seu sempre volta, e talvez eu acredite nela.

Talvez...

Acho que já me cansei dessa palavra.

Mas querido, peço que quando o dia do nosso reencontro chegar – se é que esse dia realmente existe –, você possa olhar em meus olhos e ver o que eles falam, e não apenas acreditar em tudo que sai de meus lábios.

Não que seja completamente uma mentira, afinal, estar ao seu lado sempre me faz estar bem, mesmo que eu saiba que isso me destruirá depois. Estar ao seu lado sempre me faz esquecer todos os outros problemas, porque na verdade aproveitar nossos momentos é mais importante do que qualquer problema que possa existir.

Eu te amo.

Sim, amo. Por mais que muitas vezes tenha estado confusa sobre essa questão. Mas nessas vezes também cheguei a conclusão de que a sentença era correta. Sim, eu te amo.

Não nego que criei cenas nossas em minha mente, que imaginei nossos beijos e carícias. Que imaginei também uma aliança com seu nome em minha mão. Ah, sim, eu imaginei. Várias vezes por sinal.

Mas não devo me estender mais, não quero que fique triste apenas pelo fato de que eu me sinto assim. Sei que se importa comigo, mesmo não me amando.

Espero pelo dia que poderemos nos reencontrar.
Sempre esperarei.

Com amor.
Sua eterna E.

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