domingo, 8 de julho de 2012

Before



Este texto é uma Fanfiction de Harry Potter, foi escrito em Junho de 2011 para a Seleção de Moderadores da HPBF (Harry Potter Brasil Fics), na qual o desafio era realizar um texto mostrando os campeões antes da tarefa, sendo que um deles seria um dos moderadores já vigentes na comunidade.
 
Personagens: Cedrico Diggory, Vitor Krum e Raissa Andrade



A arquibancada montada na floresta proibida se preenchia mais a cada minuto, logo todos os alunos e funcionários estariam lá – ou pelo menos todos que estavam desocupados – para presenciar a tão esperada primeira prova do Torneio Tribruxo. Hogwarts se apresentava em massa, todos deixando claro seu apoio ao campeão da escola, Cedrico Diggory.

Mas próximo aquele local, havia uma clareira cercada por árvores espessas. Uma clareira em que três pessoas tentavam controlar seus ânimos enquanto alguns funcionários do ministério montavam guarda.

O campeão local era o que parecia mais tranquilo, encontrava-se sentado de forma quase tensa, ouvindo o rebuliço que se formava próximo, ele sabia que teria o apoio que precisasse, mesmo que seu desempenho não fosse tão satisfatório, ele tinha certeza que ao menos seus companheiros de casa continuariam ao seu lado. Cedrico estava confiante, apesar de também temeroso e muito curioso.

Já Vitor Krum mantinha-se em pé praticamente parado, apenas trocava o peso entre um pé e outro de tanto em tanto tempo. Ele, apesar de demonstrar mais confiança no olhar que os outros, estava muito mais rígido e sua mente trabalhava rapidamente compensando o corpo parado, tentando arquitetar planos para solucionar o desconhecido.

Mas a campeã de Beauxbatons andava de um lado para o outro, não se preocupando em esconder sua aflição. Raissa tinha motivos para se sentir mais pressionada que qualquer um, desde o principio se mostrara surpresa ao ver seu nome saindo do cálice de fogo, ela nem ao menos era francesa, não entendia como poderia ter sido a campeã da escola, ela não esperava por isso, só se inscrevera para dizer que havia feito sua parte, ou pelo menos era isso que tentava dizer para si mesma.

Os três continuavam calados, às vezes soltando um suspiro ou grunhido, mas não ousavam trocar palavras, sabiam que o som de suas vozes sairia fraco e trêmulo, mas isso não poderia continuar durante muito tempo.

A única garota entre os campeões lançava olhares furtivos para os outros dois, desprezando as reações confiantes que tentavam fingir sem muito sucesso. Raissa nunca fora muito boa em esconder suas opiniões, ela podia fazer isso com alguns sentimentos quando era necessário, mas não todos, e o desprezo não estava entre eles.

Krum, o garoto de Durmstrang, percebeu um daqueles olhares da garota, e mesmo concentrado como estava em seus planos particulares, não resistiu a beleza exótica dela, retribuindo assim seu olhar, lançando ainda um sorrisinho típico que usava para as fãs.

Foi a deixa que ela esperava.

A senhorita Andrade tornou a encará-lo e colocou um sorriso sarcástico na face. Sua mente só pensava em como aqueles dois garotos poderiam ser tão insuportáveis e idiotas, e não conseguia decidir qual era o pior deles. Além disso, a mistura da ansiedade com a insegurança, curiosidade e também medo, intensificava o desprezo que ela sentia, quase o transformando em raiva.

Enquanto Andrade e Krum se encaravam com intenções diferentes, Diggory estava tão submerso em seus próprios problemas que não chegou nem perto de perceber o que acontecia ao seu redor. O lufano pensava na esperança que todos estavam colocando sobre ele, imaginava a arquibancada lotada e os gritos de aprovação quando ele entrasse, mas seus pensamentos se perdiam ao perceber que tudo aquilo poderia sair errado, que ele nem ao menos sabia se havia uma arquibancada ou o que faria dali a alguns instantes.

Mas os devaneios de Cedrico foram interrompidos pela voz da garota que estava prestes a perder o controle.

– Certo, porque você não vira esse seu rosto rabugento para fora da minha visão? – ela pontuou irritada e demonstrando seu sotaque francês.

Vitor e Cedrico olharam-na surpresos. O búlgaro desfez o sorriso enquanto tentava compreender o porquê daquela ofensa, enquanto o inglês apenas olhava de um para o outro com ar de diversão.

– É difícil entender que não quero ninguém me encarando? – agora ela se dirigia aos dois.

– Entendo que esteja preocupada com a tarefa, mas não vejo motivo para tal agressividade. – Cedrico retorquiu com educação.

Krum lançou um olhar de agradecimento ao garoto de Hogwarts, mas percebeu que era melhor não discutir com Raissa, todo tinham conhecimento de seu temperamento, e era mais que natural que perdesse o controle num momento como aquele, de pura tensão. Ele esperou que Diggory entendesse também.

Raissa novamente abriu os lábios, como se fosse falar alguma coisa, mas foi interrompida por um dos organizadores do Torneio.

– A tarefa já vai começar. Senhorita Andrade, você será a primeira. – ele informou exalando empolgação.

Ela tornou a lançar olhares de desprezo aos dois campeões, mas agora sua mente se libertava daquelas falsas expressões confiantes, suas pernas pareciam querer começar a tremer, mas ela apenas fechou os olhos por um instante, respirou fundo e tornando a abrir suas pálpebras saiu acompanhada de um dos guardas.

Os outros dois seguiram-na com o olhar, e depois de verem sua silhueta sumir por entre as árvores, voltaram a atenção ao organizador que viera chamá-la.

– Certo, o próximo será você, Cedrico, e depois o senhor Krum. – ele lançou um olhar animado para ambos. – Volto quando ela terminar.

Diggory não conseguiu sentar novamente, começou a refazer os passos que Raissa fazia antes, andando de um lado para o outro. Enquanto isso Krum continuava em pé, rígido, fazendo pequenos movimentos de vez em quando. Ambos desistiram das feições confiantes e assumiram a face de quase desespero.

Os ruídos que podiam ser ouvidos ao longe não eram suficientes para que formassem qualquer opinião sobre a tarefa, mas também não impedia que fizessem o máximo de esforço para ouvi-los.

Cedrico começava a perceber certo desespero, quando parecia estar prestes a fugir, ele parava de andar, fechava os olhos e respirava com calma várias vezes, então recomeçava novamente a andar de um lado para outro da clareira. Vitor apenas seguia-o com o olhar, sua mente parecia congelada, não conseguia formar pensamentos conexos.

Passaram minutos enquanto ambos continuavam assim, então o funcionário surgiu mais uma vez por entre as árvores.

– Cedrico, vamos? – dessa vez sua voz parecia um pouco preocupada.

O garoto apenas confirmou com a cabeça, e acompanhou-o enquanto ele se embrenhava novamente entre a vegetação.

Victor continuou ali sozinho, agora não conseguia mais manter-se parado, parecia uma espécie de maldição que a clareira sempre obrigava alguém a andar de um lado para o outro em seu interior. E foi o que ele fez, colocou-se a andar e pensar, mas seus pensamentos eram tão confusos e estranhos que nem ele próprio conseguia entender.

Não demorou muito para que o organizador voltasse.

– É a sua vez. – mais uma vez ele parecia empolgado, alguma coisa deveria ter dado certo para o campeão anterior.

E eles se fundiram entre as árvores deixando a clareira apenas com os guardas – que também começavam a abandonar o local – e as vozes ao longe.

Os três campeões haviam passado pela primeira tarefa.

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